Augustus Emor

Símbolo: um losango.

— FICHA TÉCNICA —

Nome completo
Augustus Montmorency Emor

Data de nascimento
19 de março de 1969

Local de origem
Inglaterra

Status de sangue
mestiço

Filiação
Lizandra Montmorency e Leo Emor

Escola de magia
Hogwarts

Casa de Hogwarts
sonserina

Patrono
morcego

Varinha
faia, núcleo de pêlo de unicórnio,
33 cm, muito flexível

Jogador
Danilo Borges

 

— HISTÓRICO —

 
Com 1,76 m de altura, Augustus Emor é um garoto alto para sua idade. É magro e tem cabelos castanhos cacheados que descem até os ombros. Seus olhos são negros e sua pele é bastante pálida, aspecto que ressalta suas profundas olheiras. Nasceu na noite de 19 de março de 1969, na casa em que mora até hoje com sua mãe, pai e avó, que fica no condado de Dorset, sudoeste da Inglaterra. Uma grande e velha casa encarapitada num morro, coberta de árvores e próxima a um velho estábulo. Trouxas que caminham por ali podem até avistá-la, mas devido a um antigo feitiço de proteção que guardam a construção, nunca conseguem se aproximar, pois sempre que tentam, lembram-se imediatamente de alguma coisa importante que deviam ter feito e acabam desistindo.

Os Montmorency foram uma família de grande prestígio no passado, mas estão caindo cada vez mais no esquecimento. A única fama que o sobrenome lhes traz vem da fama de uma de suas antepassadas, Laverne, inventora de uma das mais famosas poções do amor. Aliás, é da venda dessa poção que a família ainda se sustenta. Infelizmente, com o passar do tempo, outras poções do amor, mais modernas e eficazes, têm aparecido no mercado, concorrência esta que os sucessores da inventora Laverne não conseguem superar.

Sua mãe, Lizandra Montmorency, nunca trabalhou. Tão logo concluiu seus estudos, fez uma viagem aos Estados Unidos para passar três meses conhecendo a cultura bruxa norte-americana. Foi em uma visita turística ao MACUSA que ela avistou, pela primeira vez, o bruxo nascido-trouxa americano Leo Emor, que ali trabalhava como estagiário no Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas. Esse breve cruzar de olhares no saguão principal do MACUSA foi suficiente para que o bruxo ousasse, ao ver o grupo turístico retornar do tour, lançasse em direção à bruxa um aviãozinho de papel dentro do qual lia-se: “No Porco Cego, às 19 h”.

Apesar de hesitante, Lizandra foi ao encontro do rapaz alto de cabelos castanhos. Naquela noite, entre uma água de gilly e outra, eles se apaixonaram perdidamente. A bruxa teria que retornar logo à Europa, mas a distância não arrefeceria o sentimento.

Três meses se passaram entre correspondências apaixonadas que cruzavam o oceano, até que, enfim, decidiram que se casariam mesmo contra a vontade dos pais dela. Mesmo não sendo necessariamente sangue-puristas, Cibele e Stephanus Montmorency não conseguiram evitar o incômodo com o fato de sua filha ser casada com um nascido-trouxa (e todos os hábitos esquisitos que vêm junto nesse pacote).

Ainda sem saber se viveriam nos Estados Unidos ou na Europa, Lizandra e Leo partiram para uma lua-de-mel que, de acordo com os planos do casal, duraria seis meses. No entanto, a viagem acabou se alongando um pouco mais e, ao cabo de 5 anos corridos, numa fria noite de Natal, enquanto Cibele e Stephanus preparavam a ceia, os pombinhos finalmente retornaram, trazendo consigo não apenas malas cheias de experiências estrangeiras, mas também um bebê prestes a nascer.

Três meses após tal retorno repentino, Augustus nasceu, enchendo a velha casa de alegria. Contudo, essa alegria não pôde durar muito, uma vez que no dia do aniversário de um ano do pequeno, seu avô, Stephanus, faleceu por causas completamente desconhecidas, mesmo para os mais experientes curandeiros do Hospital St. Mungus, pois gozara de grande e visível saúde até a véspera daquele dia. Sendo assim, a decoração do seu primeiro aniversário precisou ser trocada por motivos fúnebres para o velório que ali aconteceu, com a presença apenas da família, um casal de bruxos amigos e e mais um bruxo velho dono de uma antiga loja em Hogsmeade.

Portanto, Augustus nunca pôde comemorar propriamente sua data de nascimento. Cresceu isolado do mundo e de outras crianças, sempre muito apegado à avó, que fazia o possível para ver o neto feliz. Sua mãe, ainda que dedicada, ia se tornando cada vez mais distante e preocupada com o isolamento da família. Tal preocupação consumiu sua antiga beleza, afinando seu rosto e afundando seus olhos outrora viçosos. Seu pai, por outro lado, mantinha-se sempre ocupado em portas fechadas ou ausente em viagens, das quais nunca dava notícias ao filho, o que acabou distanciando-os afetivamente.

O único empenho de interação que seu pai tinha para com Augustus eram as insistentes tentativas catastróficas de forçar no filho sinais de magia. O inseguro garoto demorou a demonstrar seus primeiros tons mágicos, mesmo com as insistentes intervenções de Cibele, que fazia de tudo pra proteger o pequeno de tais investidas, alegando, sabiamente, que cada pessoa tem seu próprio tempo. Só aos 9 anos de idade foi que Augustus conseguiu provar seu lado bruxo aos familiares, quando apareceu montado em um Pocotó enraivecido.

Seu pai, apesar de orgulhoso, não conseguiu tirar o garoto das costas da fera, mesmo com as estocadas do próprio animal para derrubá-lo. Para não machucar nem a criança, nem o animal, sua avó conjurou seu Patrono, um morcego, pedindo ajuda a um vizinho especialista em Trato de Criaturas Mágicas. O bruxo, um experiente magizoologista, conseguiu fazer com que Augustus descesse do Pocotó só depois de oferecê-lo um livro enciclopédico com informações sobre inúmeras feras fantásticas. Desse episódio decorre a obsessão dele por compreender os animais e, sobretudo, defendê-los dos malfeitos de bruxos e trouxas.

Antes de entrar em Hogwarts, via-se pendurada à porta de seu quarto uma velha flâmula da corvinal que pertencera a seu falecido avô e, depois, pertenceu à sua mãe, uma vez que todos os membros da família eram tradicionalmente corvinos. Foi alfabetizado cedo por Cibele e passou grande parte da infância ali dentro, lendo não só livros para crianças bruxas, como também sobre inúmeros outros temas. Sua avó nunca lhe proibia nenhum assunto. Para ela, toda idade era idade para adquirir conhecimento.

Seu quarto é bastante espaçoso. Sua cama, larga e confortável, fica encostada a uma parede e debaixo de uma grande janela. À esquerda dessa janela, há um poster das Harpias de Holyhead (time de quadribol pelo qual sua mãe torce). À direita, um poster do All-Stars de Sweetwater (time de seu pai). Desde pequeno apresenta grande atração pelo esporte, mas nunca assistiu a uma partida em um estádio de quadribol, pois seus pais nunca o levaram. Essa frustração, apesar de não impedir que ele acompanhasse o esporte de longe, acabou fazendo com que Augustus perdesse o interesse, e mesmo a segurança, de tentar praticá-lo.

No teto do cômodo há uma lâmpada a óleo flutuante, rodeada pelas pinturas dos oito planetas do sistema solar. As pinturas foram feitas pelo próprio Augustus e encantadas por Cibele para que se movimentassem imitando as translações de cada orbe. Essa atividade acabou se tornando um dos momentos mais marcantes para a infância de Augustus, que recorre a essa lembrança para produzir seu Patrono. A forma de seu feitiço protetor, não por acaso, acabou se revelando ser também a de um morcego, tal qual o de sua avó.

Cibele sempre lhe trazia sapos de chocolate e aproveitava as figurinhas para contar ao garoto sobre os grandes feitos de bruxos e bruxas famosos. Augustus sempre ficava contente quando tirava a figurinha de sua brilhante antepassada, Laverne Montmorency, que o enchia de orgulho.

Um dia, ouviu seus pais discutindo no quarto vizinho. Triste, mas curioso, colou os ouvidos á porta para escutar os gritos de seu pai:

— Se você não tivesse engravidado, nós teríamos conseguido! — Ao que sua mãe respondeu:

— Isso foi só um adiamento, assim que ele entrar pra Hogwarts teremos tempo para continuar. Nós vamos conseguir recuperar nosso prestígio!

Apesar de não saber bem sobre o que brigavam, Augustus prometeu a si mesmo que faria de tudo para ajudar seus pais a recuperar o prestígio que teriam perdido. Não queria, sob nenhuma hipótese, ser novamente o fator que atrapalharia os planos do casal.

A carta de Hogwarts foi recebida com empolgação tamanha, que Augustus convenceu sua avó a irem no mesmo dia ao Beco Diagonal comprar seus materiais. Apesar de bruxo, era a primeira vez que ele iria ao centro comercial mágico mais famoso da Grã-Bretanha. Não cabia em si mesmo de tanta alegria ao comprar seus livros e vestes. Na loja do Sr. Olivaras, foi escolhido por uma varinha de faia, com núcleo de pelo de unicórnio, razoavelmente flexível e com 33 cm.

Chegou à Plataforma 9¾ acompanhado por sua mãe e avó. Muito tímido e inseguro, procurou logo um compartimento vazio dentro do Expresso de Hogwarts, no qual permaneceu durante toda a viagem com a cabeça encostada na janela, fingindo dormir, para não precisar interagir com outras pessoas. Abriu os olhos apenas para comprar sapos de chocolate. Esperando apenas conseguir figurinhas repetidas, visto que sua coleção já estava quase completa, ficou surpreso ao tirar a única figura que lhe faltava: Merlim.

No entanto, o bom prenúncio da figurinha inédita foi logo desmanchado pela ingrata revelação que o Chapéu Seletor lhe trouxe: ao contrário de todos os seus antepassados, Augustus não faria parte da corvinal, mas da sonserina. Assustadíssimo e com medo de decepcionar sua família, correu para escrever para casa pedindo desculpas pelo ocorrido. Sua avó, generosa que é, apenas lhe escreveu de volta parabenizando-o pelo ingresso em Hogwarts e afirmando que a sonserina finalmente teve a sorte de ter um um Montmorency em seu histórico.

Naquele ano, ao chegar em casa para passar os feriados de Natal, Augustus foi recebido com uma mudança na entrada de seu quarto. A flâmula da corvinal, passada de geração em geração, fora enfeitiçada para, agora, ostentar uma metade azul e outra verde, águia e serpente adornando a sua porta.

Pela afinidade com o professor Flitwick, Augustus apresenta ótimo desempenho em feitiços e acha graça da indignação do pequeno professor sobre ele não ter entrado para a corvinal. Ama aprender sobre os fatos históricos das aulas de História da Magia, apesar do fantasma entediante que as conta. Também se dá bem com Herbologia e Defesa Contra as Artes das Trevas, muito embora, nessa última, não seja excelente em provas práticas. Entrou para o Clube de Duelos para melhorar nisso. Não tem nenhum interesse por Poções, o que agrava ainda mais seu mal desempenho na matéria do professor que ele mais teme, apesar de ser o diretor de sua casa.

Em transfiguração, sua dificuldade é o medo que tem de machucar os animais com os quais as aulas são praticadas, mesmo com as constantes broncas da professora Minerva de que uma transfiguração bem feita não machucará animal nenhum; ele a admira também por ela ser um animago. Nas aulas de voo, demonstrou ser uma negação completa. Faz também as matérias de Estudo dos Trouxas (um fato espantoso para seus parentes) e, obviamente, Trato das Criaturas Mágicas, seu ponto alto de toda semana. Tem vontade de fazer intercâmbio na escola brasileira de magia, Castelobruxo, mas não ousa mencionar isso em casa, pois acha que sua família não poderá arcar com as despesas.

Augustus tem alguns colegas, mas nenhum amigo de fato. Se mantém distante das panelinhas sonserinas, principalmente as formadas por pessoas que se gabam de ser sangue-puro. Gosta de passar o tempo livre perto do lago ou na biblioteca, não tanto por conta dos livros, mas pelo silêncio e isolamento do lugar.