A intérprete de Hermione Granger nos cinemas e embaixadora da ONU, a atriz Emma Watson, pôde entrevistar a vencedora do Prêmio Nobel da Paz do ano passado, a paquistanesa Malala Yousafzai, durante o lançamento do seu documentário Malala no Into Film Festival 2015, festival que promove a educação através do cinema.
Malala foi a pessoa mais jovem a receber um Nobel e seu feito é bastante merecedor: hoje em dia, a paquistanesa é internacionalmente conhecida como uma grande ativista dos direitos humanos e do acesso à educação das mulheres, mas tudo começou quando ela resolveu denunciar a política dos talibãs na área onde vive por impedirem que jovens mulheres frequentassem a escola. Isso provocou a ira dos talibãs locais e ela acabou sendo atingida com uma bala na cabeça, quase não resistindo.
Emma postou no seu Facebook oficial:
Hoje eu conheci Malala. Ela foi bondosa, totalmente amável, persuasiva e inteligente. Pode parecer óbvio, mas fiquei impressionada por isto ainda mais pessoalmente. Há várias ONGs por aí pelo mundo que fazem coisas ótimas… Mas se houvesse uma na qual eu colocaria meu dinheiro para que desse certo e mudasse este planeta, seria na dela (The Malala Fund). Malala não está brincando ou vive medindo as próprias palavras (uma das várias razões pela qual eu a amo). Ela tem a força de suas convicções intrínseca como o tipo de determinação que raramente encontro… E isso não parece ter diminuído após seu sucesso E por último… Ela tem uma aura de paz em volta dela. Deixo para falar isto por último porque talvez seja a parte mais importante. Talvez, seja uma consequência do que ela passou? Pessoalmente, acho que trata-se do jeito que ela é…
Talvez o momento mais comovente de hoje, para mim, tenha sido quando Malala se dirigiu à questão do feminismo. Para lhes dar algum contexto, eu tinha inicialmente planejado perguntar a Malala se ela era feminista ou não, mas então pesquisei para ver se ela já havia usado este termo para se descrever. Como vi que ela não havia utilizado, decidi tirar essa pergunta no dia anterior à nossa entrevista. Para minha surpresa total, Malala colocou a pergunta de volta em uma de suas respostas e se identificou como feminista. Talvez feminismo não seja a palavra mais fácil de se usar… Mas MESMO ASSIM ela o fez. Vocês provavelmente podem ver na entrevista como me senti sobre isso. Ela também me deu um tempo após o final das perguntas para que eu falasse um pouco sobre meu próprio trabalho, o que ela, com certeza, não precisava fazer, pois eu estava lá para entrevistá-la. Acho que este gesto simboliza o que eu e Malala conversamos. Já falei antes sobre quão polêmica é a palavra feminismo nos dias de hoje. Mais recentemente, estou aprendendo como o movimento é dividido também. Estamos todos indo em direção ao mesmo objetivo. Não deixemos que se identificar como feminista seja algo assustador. Quero fazer com que o movimento seja acessível e inclusivo. Vamos nos dar as mãos e andar juntos para que façamos uma mudança de verdade. Eu e Malala falamos sério sobre isso, mas precisamos de vocês.
Com amor, Emma x
O documentário, que conta a história de Malala, estreia no Brasil em 19 deste mês. Você pode conferir o trailer logo abaixo: