Tirésias Trelawney
— FICHA TÉCNICA —
Nome completo Data de nascimento Local de origem Status de sangue Filiação Escola de magia Casa de Hogwarts Patrono Varinha Jogador |
— HISTÓRICO — Tirésias Trelawney mede 1,65 m de altura, aspecto que pegou da mãe, tendo em vista que seu pai mede espantosos 1,98 m. Pele branca, quase pálida. Porte entroncado. Tem heterocromia, sendo o olho esquerdo castanho claro e o direito, azul acinzentado. Suas feições são rígidas, por sua necessidade de parecer mais durão do que realmente é. A cabeça sempre raspada amplia um pouco esse aspecto ameaçador, apesar de isso ser intencional, pois ele só raspa o cabelo porque é mais prático não tê-lo. Sua mãe, Moira Trelawney, faleceu durante o parto. Filho único, mora com o pai. Grosseiro, mas amoroso, Adur é ferreiro, tem modos rústicos e, para o gosto do filho, tem uma mentalidade simplista demais. A personalidade afiada de Tirésias contrasta bastante com a personalidade abrutalhada de Adur. O que se sabe de sua mãe, Moira, é que, por ser descendente de Cassandra Trelawney, seguia a tradição familiar de passar a linhagem e o nome da família não pelo lado masculino, mas pelo feminino. Motivo pelo qual Adur Kovacs abdicou de seu sobrenome húngaro de batismo para adotar, sem nenhum constrangimento, o sobrenome da esposa a quem tanto amava. Tirésias é especialmente talentoso em Transfiguração e duelos, visto pelos professores como alguém esforçado e criativo. Os poucos amigos que têm o consideram sensível, autoconfiante, calado, ácido e debochado. Tem bastante dificuldade nas aulas de voo e de Trato das Criaturas Mágicas; aliás, possui uma notável falta de tato com animais. Demonstra bastante interesse pela disciplina de Poções, apesar de não ser tão bom nela quanto gostaria, porque intenciona ser alquimista. Herbologia também é outra disciplina que lhe causa dificuldades, dessa vez por não gostar nada do tema; apesar disso, ele se força a compreendê-lo também por causa de suas aspirações futuras. Por ter nascido cego, conhece melhor as vantagens de utilizar bem a audição, o olfato e o tato para se orientar espacialmente. Além do mais, é muito intuitivo e confia nos seus instintos para compreender as situações que não enxerga. É isso, inclusive, o que lhe confere certa vantagem em duelos, pois compreende com mais agilidade o estilo de seu oponente e traça probabilidades a partir daí. Tornou-se monitor da corvinal em seu quinto ano, por se destacar muito no Clube de Duelos, além do seu excelente desempenho em quase todas as matérias. Em Hogwarts, além dos membros de sua própria casa, Tirésias tem especial apreço pelos lufanos, por causa da influência positiva de seu pai. Demonstra grande empenho em não tolerar injustiças e bullying, uma vez que passou a vida inteira sofrendo o preconceito por sua deficiência. Só que essa sua sanha por justiça se manifesta no seu aspecto ranzinza e introspectivo. Tenta se conectar com outros colegas que identifica também serem reprimidos como ele, mas não tem muito tato social, e acaba sempre passando a impressão de que é invasivo, motivo pelo qual, a certa altura, ele parou de tentar fazer amigos. A coisa que mais o tira do sério é perceber que o estão subestimando por ser cego. Geralmente, um número grande de grifinórios é responsável pelas suas irritações nesse sentido. O amor de Adur pelo filho não consegue ocultar a pouca familiaridade que o ferreiro tem com a deficiência visual, mesmo convivendo com a condição de Tirésias desde seu nascimento. O jovem não consegue deixar de se irritar com o excesso de zelo e com o fato de que, de certo modo, seu pai o subestima, mesmo que sem perceber. Ainda assim, por força de seu ofício e de sua criatividade (subestimada por Tirésias), Adur está o tempo todo inventando dispositivos novos que auxiliem na acessibilidade da casa. Tirésias se lembra com muito carinho, por exemplo, da vez em que seu pai lhe demonstrou a recém instalada guia metálica em relevo no chão de sua casa, que vai se expandindo de acordo com o lugar para onde a pessoa que nela pisa intenciona ir. Mesmo que, a essa altura, já com 12 anos de idade, Tirésias não precisasse mais de guia nenhuma para circular sem esbarrar em nada por todos os cômodos, inclusive a ferraria do pai, lugar ao qual ele só tinha acesso de modo furtivo, uma vez que Adur o proibia de ir lá por achar perigoso demais para o filho. Todos os gestos contraditórios de Adur causam grande desconforto para Tirésias, que não tem certeza realmente se sente orgulho ou vergonha do seu pai. Se, por um lado, a relação entre ambos é amável e de grande cumplicidade, por outro, Tirésias, de maneira bastante imatura, acha seu pai muito pouco sofisticado para o gosto de um corvino tão exemplar quanto ele. Às vezes, o filho pensa que gostaria de ter um pai mais intelectual do que forte, como são a maioria dos pais de seus colegas de casa. Tirésias se envergonha intimamente por pensar isso. Por nunca ter tido contato com a mãe nem com mais nenhum familiar de seu lado materno, Tirésias nunca se interessou pela tradição de vidência hereditária de suas antepassadas. Tanto porque, até onde se tem registro, o dom da clarividência só é passado entre as mulheres, de geração em geração. No entanto, após ter completado quinze anos, Tirésias vem tendo episódios cada vez mais frequentes de clarividência, na maioria das vezes, de previsões imediatas, coisa que o deixa muito confuso. Mas ele tem percebido que a distância entre esses episódios de adivinhação e os fatos adivinhados está ficando cada vez maior. Não por acaso, seus episódios de vidência apareceram no mesmo período em que ele começou a tomar consciência de sua sexualidade e de sua identidade de gênero. Apesar de ter sido socializado como do gênero masculino e isso não lhe causar desconforto, passou a se perceber como não completamente encaixado nisso que se considera como “ser homem”. Demonstra interesse sexual tanto por garotos quanto por garotas, mas percebe que, ao contrário de colegas ao seu redor, seu interesse sexual não surge automaticamente. É preciso ter um mínimo de conexão entre ele e a outra pessoa para que ela passe a lhe apresentar potencial interesse, seja romântico, seja sexual. Às vezes, ele pensa que isso que ele chama de maior demora em se interessar por pessoas, somada à sua confusão enquanto a seu gênero, faz com que ele não ouse muito na sua vida afetiva/sexual. Nunca confessou esses seus conflitos internos a ninguém, muito menos a Adur, por achar que seria a última pessoa a compreender a natureza ambígua de sua relação consigo mesmo. Talvez ele esteja redondamente enganado sobre seu pai… Em Defesa Contra as Artes das Trevas, ficou especialmente curioso sobre que forma tomaria seu bicho-papão. O professor, na ocasião da aula prática, não permitiu que ele participasse do exercício. Isso o revoltou sobremaneira e, portanto, desde então, sente certo desprazer toda vez que precisa entrar na sala dessa disciplina. Às vezes, inconsequente que é, pensa que, caso soubesse estar de frente com um bicho-papão no futuro, avançaria para cima da criatura , de modo a tocar nela e descobrir qual seria o seu maior medo. Por falar em inconsequência, Tirésias apresenta uma séria falta de senso de proporção. Muito empenhado que é em ser justo, acaba, na maioria das vezes, não medindo esforços para que a justiça se faça. Desse modo, por não saber dosar os meios, preocupado demais com os fins que julga honrados, ele toma decisões precipitadas e, não raro, equivocadas em suas atitudes. Quando o tema da aula de Poções foi a amortência, descobriu que a poção do amor, para ele, tem cheiro de metal em brasa, pergaminho novo e daquela primeira brisa logo antes de começar a chover. Conseguiu apenas uma vez conjurar um patrono. Estava sozinho, portanto não tinha quem lhe dissesse que aspecto visual apresentava, mas sente dentro de seu coração que era um cavalo-marinho. A memória que o fez conseguir efetivar o feitiço não era pontual, mas a sensação de conforto e felicidade que sente desde sempre, ao estar lendo em seu quarto enquanto ouve, ao longe, o som abafado das marretadas em metal de seu pai na ferraria. Gostaria de criar um feitiço de ecolocalização que o desse mais agilidade ao caminhar batendo com sua bengala. Só que, para isso, ele precisaria que a própria bengala fosse uma varinha. Explicou a ideia a seu pai, que fez alguns experimentos com forja mágica, mas não obteve sucesso. Após inúmeras tentativas frustradas de forjar algo de metal com 130 cm que funcionasse como uma varinha, Adur levou Tirésias aos maiores fabricantes de varinhas da Europa, mas nenhum deles ousou aceitar a empreitada de fabricar uma varinha mágica de 1,30 m de comprimento, nem mesmo o famoso Olivaras. Mesmo assim, Tirésias ainda não desistiu da busca, e anseia fortemente o dia em que sua bengala e sua varinha serão um objeto só. Carregar ambos cotidianamente não é muito prático. |