Animais Fantásticos e Onde Habitam estreou no aguardado 17 de novembro de 2016. Depois de três anos o esperando, tivemos a oportunidade de retornar ao mundo bruxo.
O filme foi bem aceito pela critica especializada, muito bem aceito pelo grande público e pelos fãs e se concretizou como um dos maiores blockbusters do ano, atualmente possuindo US$ 777 milhões em bilheteria mundialmente, próximo de superar Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Não podemos esquecer das indicações a premiações e das possíveis indicações ao Oscar 2017. Sem dúvida, um sucesso comercial que promete se repetir e até aumentar nos próximos quatro longas.
Claro, o filme não é perfeito (eu tive problemas com a direção de Yates e com o desenvolvimento de alguns personagens). Entretanto, estamos aqui para falar de seus pontos positivos e o que me surpreendeu nesse primeiro capitulo das aventuras de Newt Scamander.
Lembrando que a partir de agora o texto possui alguns spoilers da trama.
Jornais
Escrever essa coluna e não falar da cena inicial é no mínimo um insulto. Os segundos inicias do filme mostram toda a tensão, medo, curiosidade e um mundo bruxo ganhando vida através de folhas de jornais. Um dos aspectos positivos de Harry Potter e a Ordem da Fênix foi reutilizado de maneira incrível nesse primeiro filme. Afinal, os jornais são a ferramenta de comunicação mais utilizada nesse universo. São tantos easter eggs guardados nesses segundos que vamos passar 2017 inteiro achando cada vez mais.
Entre os jornais que estão presente nessa cena estão O Profeta Diário da Inglaterra, O Fantasma de Nova York dos Estados Unidos e jornais sem nome que conseguimos identificar como sendo da Alemanha e França.
Espero que esse recurso seja utilizado nos próximos filmes, já que a ameaça de Grindelwald promete aumentar a cada longa.
Nova York, 1926
Deveria ter começado a escrever esse texto falando sobre a estupenda Nova York de Stuart Craig (sou o maior fanboy do Craig que você conhece). Se tem uma pessoa que nunca vai decepcionar nesse mundo é ele.
Antes de assistir a Animais Fantásticos e Onde Habitam, tirei um tempo e assisti a uns filmes que se passavam nessa mesma época. Queria saber como ele iria trabalhar essa mesma cidade de maneira única, sem clichê e com o toque mágico que precisava.
E sim, sem cair em clichês, Stuart conseguiu de maneira simples construir uma Nova York viva e linda. Ela é bem ambientada, a arquitetura é fiel, e toda construção final das cenas são lindas. Outro ponto a destacar é que cada rua tem sua personalidade. Temos um cortiço onde Jacob vive, um lado mais glamouroso onde a família Shaw aparece, o centro da cidade e o zoológico do Central Park, que mesmo não existindo em 1926 (foi inaugurado apenas em 1934), é utilizado e defendido por Craig como “uma licença poética”.
Central Park
A cena em questão é quando Newt e Jacob vão para o Central Park recuperar o erumpente que fugiu da maleta do magizoologista, e para isso utilizam um perfume para chamar a atenção da criatura que, segundo Newt, está no cio. É uma cena tão estranha, tão linda, tão engraçada e tão “Harry Potter” que na primeira vez que vi eu não acreditei.
A dança que Newt faz para chamar a atenção do erumpete é algo que poderia ter dado totalmente errado nas mãos de qualquer ator e diretor, mas a dupla Yates e Redmayne conseguiram conduzir muito bem. Foi nessa cena que consegui entender definitivamente o Newt de Eddie Redmayne.
Maleta
A mágica e excêntrica maleta de Newt era uma das coisas que eu estava mais empolgado para ver no filme. Não me surpreendi no que eu vi, pois já esperava algo semelhante a aquilo, mas o visual e a trilha sonora que compõem cada cena dentro da maleta são incríveis.
A paleta de cores define muito bem cada habitat desse pequeno mundo, trazendo as cenas mais coloridas e familiares que tivemos de “Harry Potter” neste filme. É dentro da maleta que acontecem várias referências incríveis e conhecemos as criatura de Newt. É sem dúvida um dos momentos mais icônicos do longa.
Tina Goldstein
A personagem mais incrível durante todo filme, Tina, é a que mais se desenvolve durante a trama. Ela é meiga, inteligente, sincera e uma personagem feminina muito forte. Faltou um momento girl power para a mesma, porém J.K. Rowling já avisou que podemos esperar muito de Tina nos próximos filmes.
Sobre Katherine Waterston, ela é incrível. A cena final que ela protagoniza com Eddie Redmayne na despedida é linda.
Jacob Kowalski
Jacob foi um personagem que sempre me incomodou, desde que anunciado. Todavia, depois de assistir ao filme três vezes, consegui tirar todo medo que tinha sobre ele. Sempre achei que Jacob seria o personagem trouxa que iria atrapalhar o trio, e que seria o humor pastelão do filme. Pois é, achei errado. O personagem vai muito além de um alivio cômico. Ele é um paralelo nosso. Seu papel no filme é reagir a todo esse mundo mágico que foi descoberto por ele, e o ator Dan Floger conseguiu muito bem passar isso para o público.
Agora, não vou negar que meu medo desse personagem voltou, já que não vejo muito sentido ele estar como um dos protagonistas dos próximos filmes.
Obscurus
Quem diria que a famosa mortalha-viva que aparecia no trailer fosse na verdade um tal de Obscurus. Para quem não se lembra, Obscurus é uma força das trevas que se torna parasita de uma criança que a cria indevidamente, sendo desenvolvida por bruxos que tem sua magia reprimida durante sua infância. Essa força pode ter vontade própria quando um Obscurial perde o controle e se torna mortal.
Não tenho muito o que dizer. Apenas que eu simplesmente adorei toda criação e abordagem do Obscurus nesse primeiro filme e é incrível ver que, de certa forma, isso pode alterar o canon de “Harry Potter” (eu acredito na teoria que Ariana Dumbledore possa ter criado um Obscurus em si).
Já é fato que essa força das trevas terá uma importância maior nos próximos filmes.
Animais Fantásticos e Onde Habitam ainda está em cartaz em alguns cinemas. O filme deve chegar no mercado de home-vídeo em abril de 2017 e a continuação estreia em 16 de novembro de 2018. O roteiro do filme já está sendo vendido e você pode adquirir sua cópia clicando aqui (a versão nacional será lançado pela editora Rocco em abril de 2017).