Harry Potter

Pottermore, um projeto perdido – Coluna

Escrito por Bruno Alves

Em 2011, com o termino de “Harry Potter” no cinema, foi lançado o famoso Pottermore. O site, que começou como um projeto entre J.K. Rowling e a Sony, tinha como objetivo trazer de maneira interativa novos conteúdos da série e deixar a franquia viva para futuras gerações.

Quando anunciado em junho daquele ano, o Pottermore gerou expectativas, apresentando aos fãs um site interativo onde podíamos explorar a história de um jeito único, com novos textos adicionais escritos pela própria Rowling. Além disso, a interação entre fãs através de um clube de duelos, aulas de poções e uma loja oficial – entre outros afazeres no site – tornaram-se dádivas entre os fãs.

A promessa de novo conteúdo foi cumprida, textos variados e inimagináveis foram lançados: biografias, textos aleatórios da autora sobre o processo criativo, criaturas, objetos e muito mais. Mas faltava algo no Pottermore.

Durante os próximos meses e anos, tudo ocorreu bem no site. A copa das casas trazia como prêmio à casa vencedora os lançamentos dos capítulos interativos que haviam e mais e mais textos de autoria de Rowling. Mas continuava faltando algo. As lojas no Beco Diagonal nunca abriam (para o que cada uma servia nunca saberemos), as poções foram se saturando e o clube de duelos foi se tornando cansativo. E tudo começou a piorar.

Em abril de 2014, tivemos mais uma péssima notícia: a Sony cancelou sua parceria com o Pottermore, deixando todo o projeto como um trabalho independente. A loja oficial demorou a atualizar seu catálogo de idiomas, uma área onde os fãs postavam suas artes foi retirada do ar e a interação morreu. Os livros cinco, seis e sete foram adaptados para o site de uma forma medíocre. Vários momentos dos livros foram cortados, nem tudo era mais bonito e “mágico” como no início. Ninguém tinha mais paciência para poções ou duelos, os textos já estavam salvos e o site não trazia novidades.

Em maio de 2015, o projeto tomou um rumo inesperado. Com um novo CEO e uma nova proposta, o Pottermore se tornou o site oficial de todo a mitologia de J.K. Rowling. Agora não tínhamos mais poções, duelos, salão comunal ou capítulos interativos. Com um design mais simples, o site perdeu toda sua interação e se tornou uma espécie de fansite oficial do mundo mágico.

A promessa da vez foi a de mais textos inéditos de J.K. Rowling, e correspondentes que trariam novidades sobre os bastidores do Mundo Bruxo. Quando lançado, me chamou a atenção. Apostei no novo Pottermore, mas se passaram meses e anos até chegarmos em 2017, e nada de empolgante aconteceu.

Hoje, o Pottermore é um site morto, um projeto perdido, que tem seu objetivo, mas falha. Os correspondentes fazem textos sem fundamento, simplórios e sem objetivo. Não que sejam textos medíocres, mas falta alguma coisa além de saber o que a Sra. Weasley cozinha, o que Quirrel ensinou fora das salas ou as diferenças entre um natal bruxo e um natal trouxa. As colunas nos bastidores de Animas Fantásticos e Onde Habitam ou Harry Potter e a Criança Amaldiçoada nunca revelaram e nem trouxeram nada.

O objetivo do Pottermore sempre foi claro: interação. A interação da autora com os fãs, dos fãs com os próprios fãs, dos fãs com a história e etc. “Harry Potter” tem uma base de fãs muito diversificada: de crianças, jovens e adultos. O site precisa conciliar esse público e manter a alma do Mundo Bruxo presente. Mas como fazer isso?

O Pottermore antigo possuía uma sessão de fanart para os fãs, onde o fandom postava suas criações. Por que não voltar com isso? Era uma das formas de mostrar o talento, criatividade e amor pelas histórias. Trazer textos inéditos da Rowling e textos sobre a franquia, ou até quem sabe a volta dos mini-games, é uma outra ideia.

O Mundo Bruxo possui um canal oficial no YouTube que é utilizado muito bem. Vários YouTubers, em parceria com a Warner Bros., divulgam vídeos mostrando como fazer suas próprias criações. Além disso, o canal serve como divulgação de trailers e informativos sobre os filmes, jogos e livros. O YouTube é um dos maiores meios de comunicação da atualidade, e se continuar nesse ritmo o canal pode oferecer muito mais conteúdo para os fãs. Já o o canal do Pottermore apenas divulga coisas relacionadas ao Pottermore. Executar novas ideias não é tarefa difícil, só é preciso mais comprometimento da equipe, e até quem sabe da própria J.K. Rowling.

Deixe nos comentários abaixo sua opinião sobre o Pottermore, o que deveria mudar, o que você gosta e, principalmente, com que regularidade entra no site!

Sobre o autor

Bruno Alves

Apaixonado por "Harry Potter" e cultura pop em geral, Bruno é estudante de teatro. Se encontrando nas artes cênicas, ele usa seu tempo escrevendo histórias, assistindo filmes, tomando café e falando do Mundo Bruxo.